Dr. Eneias Cano

 

A Endometriose é uma doença ginecológica crônica, benigna, que acomete principalmente mulheres em idade reprodutiva. Pode ser definida pela presença de tecido que se assemelha à glândula e/ou ao estroma endometrial fora do útero, dividida em três doenças distintas: peritoneal, ovariana e endometriose profunda.

Diariamente atendemos:

  • Queixa de cólica menstrual muito forte;
  • Intenso sangramento;
  • Dor pélvica.

Mas que nunca procuraram ajuda médica, porque acreditavam que sentir dor é normal.

  • SINTOMAS
  • DIAGNÓSTICO
  • TRATAMENTO

A endometriose pode se mostrar assintomática em 2% a 22% das mulheres, mas, na maioria dos casos, a sintomatologia envolve frequentemente, infertilidade. No entanto, a apresentação clínica é muito variável e nenhum dos sintomas é específico para a endometriose, dificultando o seu diagnóstico.

O exame físico, em especial o toque do fundo de saco vaginal posterior, é fundamental para verificar a presença de suspeita de lesões profundas nesta região. O ultrassom transvaginal com preparo intestinal para pesquisa e protocolo para endometriose profunda e o padrão ouro e exames de primeira linha para diagnóstico de imagem, a ressonância magnética desempenha papel significativo no diagnóstico de endometriose em lesões extra pélvicas, ovarianas e de grande volume.

O tratamento deve ser individualizado, levando-se em conta sempre os sintomas da paciente e o impacto da doença e de seu tratamento sobre a sua qualidade de vida. Uma equipe multidisciplinar especializada deve ser, sempre que possível, envolvida, na tentativa de fornecer um tratamento capaz de abranger todos os aspectos biopsicossociais da paciente pois há grande associação entre endometriose e infertilidade.

Curiosidades

Endometriose ocular

A endometriose ocular ocorre quando o tecido endometrial atinge estruturas ao redor do olho, como as órbitas ou pálpebras, geralmente por disseminação hematogênica (via sanguínea) ou linfática. Embora incomum, essa manifestação pode causar desconforto e desafios no diagnóstico devido à sua localização atípica.

Endometriose e fertilidade

A preservação da fertilidade, no entanto, deve ser levado em consideração que todas as pacientes devem estar cientes do efeito adverso da idade sobre a fertilidade e a gravidez, estratégias disponíveis incluem criopreservação de embriões e oócitos. A preservação da fertilidade é um ponto-chave a ser considerado no cuidado de meninas e mulheres com endometriose, principalmente aquelas com endometriomas ovarianos.

A endometriose é uma doença crônica, ou seja, que não tem cura, “Se perdemos a chance de fazer o diagnóstico precoce, o estágio da doença estará mais avançado e o tratamento será muito mais difícil.

Na escolha do tratamento, os principais fatores a serem considerados são:

  • A saúde tubária;
  • Espermograma;
  • idade da paciente e tempo de infertilidade;
  • alteração anatômica tubária e/ou oligoastenospermia indicam FIV diretamente.
  • Não se pode esquecer que a idade da paciente é o fator isolado mais importante para sucesso reprodutivo;
  • mulheres com mais de 35 anos, assim como aquelas com reserva ovariana diminuída, devem ser consideradas de forma cuidadosa.

Os principais sintomas associados são:

  • Dismenorréia;
  • Dor pélvica crônica ou dor acíclica;
  • Dispareunia de profundidade;
  • Alterações intestinais cíclicas (distensão abdominal, sangramento nas fezes, constipação, disquezia e dor anal no período menstrual;
  • Alterações urinárias cíclicas (disúria, hematúria, polaciúria e urgência miccional no período menstrual);
  • Infertilidade,na maioria dos casos, a apresentação clínica é muito variável e nenhum desses sintomas é específico para a endometriose, dificultando o seu diagnóstico.

O exame físico é fundamental na suspeita clínica da endometriose. Nódulos ou rugosidades enegrecidas em fundo de saco sugerem a doença. Ao toque, útero com pouca mobilidade sugere aderências pélvicas, nódulos geralmente dolorosos, também em fundo de saco posterior ou intestinais, anexos fixos e dolorosos, assim como a presença de massas anexiais, podem estar relacionados a endometriomas ovarianos.

O diagnóstico presuntivo de endometriose pode ser fortemente sugerido pela ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e pela ressonância magnética.  No entanto, esses exames de imagem não possuem a sensibilidade e a especificidade necessárias quando se trata de endometriose peritoneal superficial.  apesar de seu risco e alto custo, a videolaparoscopia e a análise anatomopatológica subsequente ainda se apresentam como o procedimento padrão-ouro para o diagnóstico definitivo de endometriose.

Tratamento

  • Tratamento cirúrgico deve ser considerado principalmente naqueles endometriomas ovarianos volumosos.
  • Tratamento clínico hormonal é eficaz no controle da dor pélvica e deve ser o tratamento de escolha na ausência de indicações absolutas para cirurgia, sendo progestagênios e contraceptivos orais combinados as medicações de primeira linha para tratar esses quadros, mas não devem ser oferecidos a mulheres com desejo reprodutivo.

A suspeita clínica associada ao exame físico traz a hipótese de endometriose, mas é necessária a utilização de ferramentas diagnósticas auxiliares. O ultrassom   transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética com protocolos especializados são os principais métodos por imagem para detecção e estadiamento da endometriose e deverão ser realizados por profissionais com experiência nesse diagnóstico. A endometriose deve ser abordada como uma doença crônica e merece acompanhamento durante a vida reprodutiva da mulher, momento no qual a doença manifesta seus principais sintomas. Os principais objetivos do tratamento clínico são o alívio dos sintomas álgicos e a melhora da qualidade de vida, não se esperando diminuição das lesões nem cura da doença, mas sim o controle do quadro clínico.

Ultrassonografia transvaginal

Pela fácil acessibilidade e baixo custo, a ultrassonografia é a primeira escolha em exames não invasivos para avaliação de pacientes com suspeita clínica de endometriose. Quando são encontradas lesões, devem-se identificar o local em que elas se encontram, a distância da borda anal e se são intestinais, bem como aferir o tamanho delas, com medidas em três planos ortogonais, devendo constar no laudo final.

Em Três Lagoas MS , Dr. Eneias Cano é referência em preservação da fertilidade feminina e masculina. Para agendar sua consulta clique no botão abaixo:

Ressonância magnética na endometriose

A ressonância magnética é usualmente realizada como forma adicional em casos complexos de endometriose e para programação cirúrgica mais precisa em determinados casos em que a ultrassonografia mantiver incertezas.

Laparoscopia para diagnosticar endometriose

Assim, até o momento, o padrão-ouro para o diagnóstico de endometriose consiste na laparoscopia e no diagnóstico histológico baseado nas lesões, sendo este último de importância controversa, dessa forma o diagnóstico cirúrgico tem muitas desvantagens, quando comparado com um diagnóstico minimamente invasivo, tais como riscos inerentes ao próprio procedimento (dano ao órgão, hemorragia, infecções e formação de aderência), complicações anestésicas e alto custo financeiro associado ao paciente e ao sistema de saúde. Além disso, apenas um terço das mulheres que realizam um procedimento laparoscópico receberá diagnóstico de endometriose, portanto muitas mulheres livres de doenças são desnecessariamente expostas a esse risco.